quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Oscar 2011

A produção britânica "O discurso do rei" lidera a competição, com indicações em 12 categorias, incluindo melhor filme, diretor e ator. Também saíram como favoritos "Bravura indômita", com dez indicações, "A rede social" e "A origem", ambos com oito indicações. Em seguida, vêm "O vencedor", que disputa o prêmio em sete categorias, "127 horas", em seis, e "Cisne negro" e "Toy story 3", em cinco.

Na principal categoria do Oscar, melhor filme, competem “A rede social",  “O discurso do rei”, “Cisne negro”, “O vencedor”, “A origem”, “Toy Story 3", “Bravura indômita”, “Minhas mães e meu pai”, “127 horas” e “Inverno da alma”.

Clique aqui e confira os trailers dos indicados ao Oscar 2011.

fonte: G1

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tempo de Revisão na Educação


Com o passar do tempo, as circunstâncias que abrangem todo o setor da educação têm motivado profundas reflexões. Certamente, as políticas de ensino contribuíram bastante para a situação atual de descompromisso e desrespeito. É preciso destacar que não se trata de uma generalização. Entretanto, a força dessas atitudes tem-se mostrado tão vigorosa que chegamos ao ponto de: crise no sistema de ensino, alunos alienados, professores desmotivados.

É bem verdade que avanços podem ser notados, como maior acesso às universidades, redução de repetência nas escolas. Porém, acerca dessas “melhorias”, questiona-se sobre a efetiva preocupação com aspectos qualitativos ou, meramente, quantitativos. Com base nos noticiários e, sobretudo, a partir de relatos próximos, é conhecimento disseminado que grande parte dos alunos das escolas públicas, em função, principalmente, da política de não retenção, apresenta-se de modo, absolutamente, desinteressado e, em muitos casos, agressivo, por considerar a escola como reduto de suas requisições. Nesse incômodo contexto, os professores são considerados os grandes vilões, pois, como agentes heroicos, devem, a qualquer custo, solucionar todos os problemas da humanidade, em especial dos alunos desavisados. Apagando este pensamento, é fundamental afirmar, confirmar e protocolar que essa tarefa não é apenas sua. Os pais, quase sempre esquecidos e isentados de qualquer culpa, são os protagonistas e, portanto, devem agir de forma a, simplesmente, cumprirem o papel que lhes cabe: educar os seus filhos. Ao passo que isto ocorre, as reais funções da escola podem ser trabalhadas: possibilitar o conhecimento e instaurar a tolerância.

Uma vez que professores e pais cumprem seus papéis, cabe ao Estado agir da mesma maneira, elaborando e executando políticas que visem à qualidade no ensino e, assim, desfaça a mentalidade estreita referente, exclusivamente, a indicadores percentuais.

Finalmente, nesse contexto marcado por ações, inicialmente paralelas, que buscam o bem coletivo, não resta ao aluno outra opção. Então, a partir desse cenário, o meio o corrompe para uma (con) vivência respeitosa, comprometida e satisfatória. Aliás, nada além daquilo que lhe é de direto e dever.

Na direção desses comentários, Alexandre Garcia, jornalista da TV Globo, no telejornal Bom Dia Brasil, de 12/02/11, apresenta, com propriedade, sua reflexão, o que pode ser visto no vídeo abaixo. 


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Doutores da Alegria

Como se sabe, o título 'Doutor' é um reconhecimento àquele que, por ocasião de uma minuciosa pesquisa acadêmica, contribui para a discussão e o avanço da ciência. No entanto, essa honraria é utilizada, ainda, em outra circunstância para a qual se pode atribuir a mesma relevância. Trata-se dos Doutores da Alegria: "uma organização proeminentemente dedicada a levar alegria a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde, através da arte do palhaço, nutrindo esta forma de expressão como meio de enriquecimento da experiência humana; uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que realiza cerca de 75 mil visitas por ano a crianças internadas em hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte".

Portanto, convido você para uma visita e, assim, também admirar esse trabalho que, sem dúvida, merece o título máximo da solidariedade.




sábado, 12 de fevereiro de 2011

Aniversário (Fernando Pessoa)

Cada poema de Fernando Pessoa representa uma oportunidade inigualável de resgatar sensações e provocar ideias. Ciente disso, a partir de hoje, proponho, esporadicamente, visitas a alguns daqueles que considero como os seus mais belos registros. Para iniciar, além do texto primoroso (Aniversário), tem-se a leitura e interpretação apreciativas de Jô Soares. Na certeza de que qualquer comentário seria limitador, passemos, de imediato, para a apresentação.


Para visualizar o poema Aniversário, clique aqui.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Teatro

Apesar do título agressivo, mesmo sendo uma confirmação da teoria semiótica, considero interessantes os comentários tecidos no artigo abaixo acerca da manifestação artística denominada teatro. Se assim é, segue o texto para reflexão.

Teatro como sistema modelizante
por Elinês de AV. e Oliveira

A arte dramática é um objeto semiótico por natureza. O conceito do que entendemos hoje por teatro é originário do verbo grego "theastai" (ver, contemplar, olhar). Tão antiga quanto o homem, a noção de representação está vinculada ao ritual mágico e religioso primitivo. Acredita-se que o teatro nasceu no instante em que o homem primitivo colocou e tirou a máscara diante do espectador, com plena consciência do exercício de "simulação", de "representação", ou seja, do signo.
Tendo em seu alicerce o princípio da interdisciplinaridade, o teatro serve-se tanto da palavra enquanto signo como de outros sistemas semióticos não-verbais. Em sua essência, lida com códigos construídos a partir do gesto e da voz, responsáveis não só pela performance do espetáculo, como também pela linguagem. Gesto e voz tornam o teatro um texto da cultura. Para os semioticistas russos da década de 60, a noção de teatro como texto revela, igualmente, sua condição de sistema modelizante, ou melhor, de sistema semiótico cujos códigos de base - gesto e voz - se reportam a outros códigos como o espaço, o tempo e o movimento. A partir desses códigos, se expandem outros sistemas sígnicos tais como o cenário, o movimento cênico do ator, o vestuário, a iluminação e a música, entre outros. Graças à organização e combinação dos vários sistemas, legados da experiência individual ou social, da instrução e da cultura literária e artística, é que a audiência recodifica a mensagem desse texto tão antigo da cultura humana.
Contudo, o processo de modelização no teatro não é resultado apenas dos códigos que o constituem como linguagem. É preciso considerar também os códigos culturais organizadores dos gêneros, ou melhor, das formações discursivas que se reportam às esferas de uso da linguagem dentro de contextos sócio-culturais específicos. Quando os códigos do teatro se organizam para definir um gênero, é a própria cultura que manifesta seus traços diferenciais. Isso é o que se pode verificar no teatro popular, seja de Shakespeare ou do nosso Ariano Suassuna, cujos autos ilustram muito propriamente o processo da modelização no teatro.

fonte: PUC-SP   

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tempo de muda

Tempo de muda, por Fernando Henrique Cardoso

Novo ano, nova presidente, novo Congresso atuando no Brasil de sempre, com seus êxitos, suas lacunas e suas aspirações. Tempo de muda, palavra que no dicionário se refere à troca de animais cansados por outros mais bem dispostos, ou de plantas que dos vasos em viveiro vão florescer em terra firme. A presidente tem um estilo diferente do antecessor, não necessariamente porque tenha o propósito de contrastar, mas porque seu jeito é outro. Mais discreta, com menos loquacidade retórica. Mais afeita aos números, parece ter percebido, mesmo sem proclamar, que recebeu uma herança braba de seu patrono e de si mesma. Nem bem assume e seus porta-vozes econômicos já têm que apelar às mágicas antigas (quanto foi mal falado o doutor Delfim, que nadava de braçada nos arabescos contábeis para esconder o que todos sabiam!) porque a situação fiscal se agravou. Até os mercados, que só descobrem estas coisas quando está tudo por um fio, perceberam. Mesmo os velhos bobos ortodoxos do FMI, no linguajar descontraído do ministro da Fazenda, viram que algo anda mal.
Seja no reconhecimento maldisfarçado da necessidade de um ajuste fiscal, seja no alerta quanto ao cheiro de fumaça na compra a toque de caixa dos jatos franceses, seja nas tiradas sobre os até pouco tempo esquecidos “direitos humanos”, há sinais de mudança. Os pelegos aliados do governo que enfiem a viola no saco, pois os déficits deverão falar mais alto do que as benesses que solidarizaram as centrais sindicais com o governo Lula. (...)
Digamos que ela quer ser “elevada”, sem sujar as mãos (ou a língua) nas nódoas do cotidiano nem confundir crítica ao que está errado com oposição ao país (preocupação que os petistas nunca tiveram quando na oposição). Ainda assim, há muito a fazer para corresponder à fase de “muda”.  A começar pela crítica à falta de estratégia para o país: que faremos para lidar com a China (reconhecendo seu papel e o muito de valioso que podemos aprender com ela)? Não basta jogar a culpa da baixa competitividade nas altas taxas de juro. Olhando para o futuro, teremos de escolher em que produtos poderemos competir com China, Índia, asiáticos em geral, Estados Unidos, etc. Provavelmente serão os de alta tecnologia, sem esquecer que os agrícolas e minerais também requerem tal tipo de conhecimento. Preparamo-nos para a era da inovação? Reorientamos nosso sistema escolar nesta direção? Como investir em novas e nas antigas áreas produtivas sem poupança interna? No governo anterior, os interesses do Brasil pareciam submergir nos limites do antigo “Terceiro Mundo”, guiados pela retórica do Sul-Sul, esquecidos de que a China é Norte e nós, mais ou menos. Definimos os Estados Unidos como “o outro lado” e percebemos agora que suas diferenças com a China são menores do que imaginávamos. Que faremos para evitar o isolamento e assegurar o interesse nacional sem guiar-nos por ideologias arcaicas?
(...)
Não basta isso, entretanto, para a oposição atuar de modo efetivo. Há que mexer no desagradável. Não dá para calar diante da Caixa Econômica ter se associado a um banco já falido que agora é salvo sem transparência pelos mecanismos do Proer e assemelhados. E não foi só lá que o dinheiro do contribuinte escapou pelos ralos para subsidiar grandes empresas nacionais e estrangeiras, via BNDES. Não será tempo de esquadrinhar a fundo a compra dos aviões? E o montante da dívida interna, que ultrapassa um trilhão e seiscentos bilhões de reais, não empana o feito da redução da dívida externa?
(...)
Há, sim, muita coisa para dizer nesta hora de “muda”. Ou a oposição fala e fala forte, sem se perder em questiúnculas internas, ou tudo continuará na toada de tomar a propaganda por realização. Mesmo porque, por mais que haja nuances, o governo é um só Lula-Dilma, governo do PT ao qual se subordinam ávidos aliados.

Publicado em 06 de fevereiro de 2011/Nº 9073, pelo Diário Catarinense (edição online)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Experiência

Numa época em que a experiência profissional é vista como algo indispensável e supremo, esse depoimento denuncia o real sentido das nossas competências. A partir dessa leitura, certamente, faz-se oportuno um tempo de revisão.

Trata-se de uma redação produzida por um candidato no processo de seleção da Volkswagen do Brasil, a fim de responder à seguinte questão: “'Você tem experiência?'. O candidato foi aprovado, seu texto circula com grande repercussão pela internet e, fatalmente, será lembrado por sua sinceridade, criatividade, poesia e sensibilidade.

Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Já peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado.
Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que eram as mais difíceis de esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas.
Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro.
Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua.
Já gritei de felicidade.
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas...
Tantos momentos fotografados pelas lentes da emoção e guardados num baú, chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: 'Qual sua experiência?'Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência... Será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência? Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experiência? Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?


Sem mais.